A EVOLUÇÃO HUMANA, AS SETE RAÇAS-RAIZ E AS RONDAS PLANETÁRIAS
As 7 raças planetárias ou as 7 raças-raiz, segundo a teosofia, são as etapas da evolução humana em um determinado planeta, durante o período de uma ronda de um globo. Uma ronda planetária é representada por ciclos de manifestação e dissolução do universo.
Tal teoria é baseada no conhecimento vedanta e segundo este preceito, cada raça-raiz possui 7 sub-raças ramificadas, que se adaptaram às condições geográficas, climáticas e culturais de cada época e lugar. Cada raça também tem sua missão, seu desafio e sua lição a aprender.
As 7 raças planetárias são respectivamente:
PRIMEIRA RAÇA:
POLAR OU PROTOPLASMÁTICA:
Foi a raça original que surgiu no início da manifestação do universo. No nosso caso, esta raça povoou o planeta Lua, que se desentegrou após o fim de sua função e do qual sobrou apenas um fragmento que é representado pelo nosso satélite.
A Raça Polar ou Protoplasmática, também chamada pela teosofia de “Nascidos de sí mesmos” ou “Sem mente” teria sido datada de 300 milhões de anos atrás e era composta por seres gigantescos, andróginos, etéricos e destituídos de mente, que se reproduziam por fissão celular, como as amebas.
Eles habitavam uma ilha sagrada no polo norte, onde hoje existe uma ilha invisível chamada Shambhala (Shambhala vem do Sânscrito que significa “lugar da paz” ou “lugar do silêncio”) e que Blavatsky chamava de “Ilha Sagrada Imperescível”, considerada como o centro espiritual do planeta, onde residem os mestres da sabedoria e da compaixão. Ela não pertence a nenhum planeta físico específico, mas sim ao universo inteiro, pois é o ponto de origem e de retorno de todas as manifestações. Ela é chamada de imperecível porque não foi afetada pelos cataclismos que destruíram as outras raças-raiz. Ela é chamada de sagrada porque é o berço da humanidade e o lar dos deuses.
Eles eram governados pelo deus Tescatlipoca, e foram devorados pelos tigres da sabedoria, que representam os mestres espirituais que os iniciaram na senda da evolução.
A primeira raça não desapareceu, pois não era mortal e por isso é considerada semi-divina e converteu-se na segunda raça, a raça dos Hiperbóreos ou Raça Solar. A teosofia os chama de “Nascidos do suor”.
A sua missão era iniciar o processo de diferenciação e individualização das almas humanas. O seu desafio era resistir à inércia e à indiferença que caracterizavam o seu estado de existência. A sua lição a aprender era despertar a consciência e a vontade próprias.
Importante salientar que a primeira ronda planetária ocorreu no planeta Lua, onde a primeira raça-raiz se manifestou como seres etéreos e sem mente. Eles iniciaram o processo de diferenciação e individualização das almas humanas.
SEGUNDA RAÇA:
HIPERBÓREA OU SOLAR:
A segunda raça, assim como a primeira também é considerada semidivina pela sua imaterialidade e falta de mente (ego), se desenvolveu no planeta Mercúrio, na região correspondente ao do polo norte terrestre, acima da Europa e da Ásia, onde hoje existe a Groenlândia, em um continente chamado Hiperbóreo, do grego antigo Ὑπερβορέα: ‘muito além do bóreas’, onde “hiper” significa muito além e “bóreas” era o vento que soprava da direção norte.
Ela era composta por seres gigantes, de cor branca, que se reproduziam por brotamento ou gemulação. Nesta raça apareceram os primeiros fragmentos rudimentares de mente, porém ainda não havia um meio de interfaceamento ligando o espírito e a matéria, nescessário para o desenvolvimento e a manifestação da mentallidade. São chamados pela teosofia de “Nascidos do suor” ou “Sem ossos”, por suas características semi-materiais e etéreas. Eles habitavam um continente paradisíaco, chamado Hiperbóreo, onde o sol nunca se punha.
Eles eram governados pelo deus Quetzalcóatl, e foram arrasados por fortes furacões, que representam as provas kármicas que os purificaram.
Ao fim do seu período de evolução tal raça se converteu nos “Nascidos do ovo”, que são os representantes da terceira raça.
Como foi dito antes, esta raça se desenvolveu no planeta Mercúrio. A sua missão era desenvolver o princípio vital e o corpo astral dos seres humanos. O seu desafio era superar a instabilidade e a ilusão que caracterizavam o seu estado de existência. A sua lição a aprender era dominar as emoções e os desejos inferiores.
Durante a evolução da segunda ronda planetária no planeta Mercúrio foi formado o corpo astral, que é o veículo emocional e ilusório do homem, formado pelo sexto elemento: luz astral. Ele é o responsável pelos sentimentos, pelas paixões e pelos desejos do homem
TERCEIRA RAÇA:
LEMURIANA OU LUNAR:
A terceira raça: chamada de lemuriana ou lunar ou ainda “Nascidos do ovo”, pela teosofia, foi a raça que se estabeleceu no extinto continente da Lemúria, que ocupava grande parte do oceano Pacífico.
Ela era composta por seres hermafroditas de cor avermelhada, os quais, no início da sua existência, se reproduziam por oviparidade ou ovogênese. Esta raça passou por grandes transformações de todas as naturezas durante a sua evolução, tornando-se ao fim mortal, por conta da formação do corpo lunar, com corpo físico denso e definido e reprodução sexuada, tal como conhecemos hoje.
Eles habitavam uma terra fértil e exuberante, onde o sol e a lua brilhavam com igual intensidade.
Eles eram governados pelo deus Tlaloc, e foram destruídos por vulcões e terremotos, que representam as paixões inferiores que os consumiram.
Como já era mortal e possuía corpo material, diferentemente das raças antereiores, esta raça desapareceu completamente, convertendo-se na raça Atlante, a quarta raça.
Esta raça desenvolveu-se no planeta Vênus.
A sua missão era desenvolver o princípio físico e o corpo etérico dos seres humanos. O seu desafio era enfrentar as forças da natureza e os perigos da matéria que caracterizavam o seu estado de existência. A sua lição a aprender era cultivar a inteligência e a razão superiores.
Durante a evolução da terceira ronda planetária no planeta Vênus foi formado o corpo etérico, que é o veículo vital e sutil do homem, formado pelo quinto elemento: éter. Ele é o responsável pela saúde, pela vitalidade e pela reprodução do corpo físico.
Foi também em Vênus e durante a terceira ronda que foi formado o corpo físico, que é o veículo material e denso do homem, formado pelos quatro elementos: terra, água, fogo e ar.
QUARTA RAÇA:
ATLANTE, TELÚRICA OU TERRESTRE:
A quarta raça, chamada de atlante ou terrestre, foi a raça que se originou no extinto continente de Atlântida, que se situava no oceano Atlântico há cerca de 18 milhões de anos atrás. Ela era composta por seres gigantescos de cor amarela, que se reproduziam por sexuação ou geração sexual.
Os atlantes são a primeira formação de raça a qual podemos realmente chamar de “homens”, na assepsia da palavra. Eles habitavam uma terra rica e poderosa, onde o sol dominava sobre a lua e representam, em nossa ronda o ponto médio da evolução.
Eles eram governados pelo deus Atonatiuh, e foram submergidos por uma grande inundação, o cataclismo que representa o abuso do poder material que os afogou. Diz-se que eram exímios manipuladores da energia “Vril” (energia telúrica emanante do planeta Terra, variante densa e manifestada do mulaprakriti, cuja má utilização em sua assepsia moral foi a provável responsável por sua decadência como povo) Seus remanescentes fundaram a quinta raça-raiz, a raça ariana, que é a nossa.
Esta raça se desenvolveu no planeta Terra, na quarta ronda planetária, que é a atual. A sua missão é desenvolver o princípio mental e o corpo causal dos seres humanos. O seu desafio é equilibrar o poder material e o espiritual que caracterizam o seu estado de existência. A sua lição a aprender é harmonizar o bem e o mal, a luz e as trevas, o amor e o ódio.
Durante o período de evolução da quarta ronda planetária no planeta Terra está sendo formado o corpo mental, que é o veículo racional e lógico do homem, formado pelo sétimo elemento, a luz mental. Ele é o responsável pelo pensamento, pela razão e pela inteligência do homem. Ele será o resultado da evolução da quarta ronda planetária no planeta Terra.
È também na quarta ronda planetária que será produzido o corpo causal, que é o veículo espiritual e individual do homem, formado pelo oitavo elemento: a luz causal. Ele é o responsável pela memória, pela vontade e pela personalidade do homem.
QUINTA RAÇA:
ÁRIA, ARIANA OU HUMANA:
A quinta raça: chamada de ária ou humana, é a raça atual formada há cerca de um milhão de anos, que se formou na Ásia Central, após o cataclismo atlante. Ela é composta por seres de diversas cores e etnias, que se reproduzem por sexuação ou geração sexual. Eles habitam uma terra diversificada e desafiadora, onde o sol e a lua se alternam em ciclos.
Eles são governados pelo deus Vishnu, e serão aniquilados por um grande cataclismo, que representa o conflito entre o bem e o mal que os confrontará.
Esta raça se desenvolverá no planeta Marte, na quinta ronda planetária, que é a futura. A sua missão será desenvolver o princípio intuitivo e o corpo búdico dos seres humanos. O seu desafio será transcender os limites do tempo e do espaço que caracterizam o seu estado de existência. A sua lição a aprender será expandir a consciência e a compaixão universais.
Durante o período de evolução da quinta ronda planetária no planeta Júpter será formado o corpo búdico, que é o veículo intuitivo e universal do homem, formado pelo nono elemento: luz búdica. Ele é o responsável pela intuição, pela compaixão e pela consciência universal do homem.
SEXTA RAÇA:
KORADI, SEMÍTICA OU ESPIRITUAL:
A sexta raça: chamada de koradi ou espiritual, será a raça futura, que surgirá na América do Sul, após o cataclismo ário. Ela será composta por seres de cor azulada, que se reproduzirão por androginia ou geração hermafrodita. Eles habitarão uma terra harmoniosa e pacífica, onde o sol e a lua se unirão em equilíbrio.
Eles serão governados pelo deus Shiva, e serão elevados por uma grande ascensão, que representa a realização do espírito que os libertará.
Tal raça se desenvolverá no planeta Júpiter, na sexta ronda planetária, que é a futura. A sua missão será desenvolver o princípio volitivo e o corpo átmico dos seres humanos. O seu desafio será integrar as polaridades masculina e feminina que caracterizam o seu estado de existência. A sua lição a aprender será manifestar a vontade e a sabedoria divinas.
Durante o período de evolução da sexta ronda planetária no planeta Júpter será formado o corpo átmico: é o veículo volitivo e divino do homem, formado pelo décimo elemento: luz átmica. Ele é o responsável pela vontade, pela sabedoria e pela união com o Absoluto.
SÉTIMA RAÇA:
PÚRPURA, DIVINA OU FUTURA:
A sétima raça: chamada de púrpura ou divina, será a raça final, que se manifestará na ilha sagrada do polo sul, onde hoje existe uma ilha invisível chamada Agartha. Ela será composta por seres de cor púrpura, que se reproduzirão por parthenogênese ou geração virginal. Eles habitarão uma terra sagrada e imortal, onde o sol e a lua se fundirão em luz.
Eles serão governados pelo deus Brahma, e serão reintegrados à fonte original, que representa a união com o Absoluto que os criou.
Ela se desenvolverá no planeta Saturno, na sétima ronda planetária, que é a final. A sua missão será completar o ciclo de evolução humana e retornar à fonte original. O seu desafio será renunciar à individualidade e à personalidade que caracterizam o seu estado de existência. A sua lição a aprender será unir-se ao Absoluto que os criou.
RELAÇÃO DAS RONDAS PLANETÁRIAS COM O PRINCÍPIO SETENÁRIO DO HOMEM
Sintetizando, o processo de rondas planetárias e raças-raiz encontram-se intimamente relacionadas com o Princípio Setenário do Homem, posto que cada raça-raiz em sua respectiva ronda planetária desenvolve pelo menos um dos sete princípios constitutivos do homem, senão veja-se:
A primeira ronda planetária ocorreu no planeta Lua, onde a primeira raça-raiz se manifestou como seres etéreos e sem mente. Eles iniciaram o processo de diferenciação e individualização das almas humanas.
A segunda ronda planetária ocorreu no planeta Mercúrio, onde a segunda raça-raiz se manifestou como seres astrais e sem ossos. Eles desenvolveram o princípio vital e o corpo astral dos seres humanos.
A terceira ronda planetária ocorreu no planeta Vênus, onde a terceira raça-raiz se manifestou como seres físicos e hermafroditas. Eles desenvolveram o princípio físico e o corpo etérico dos seres humanos.
A quarta ronda planetária é a atual, que ocorre no planeta Terra, onde a quarta raça-raiz se manifestou como seres físicos e sexuados. Eles desenvolvem o princípio mental e o corpo causal dos seres humanos.
A quinta ronda planetária é a futura, que ocorrerá no planeta Marte, onde a quinta raça-raiz se manifestará como seres intuitivos e andróginos. Eles desenvolverão o princípio intuitivo e o corpo búdico dos seres humanos.
A sexta ronda planetária que também é a futura, ocorrerá no planeta Júpiter, onde a sexta raça-raiz se manifestará como seres volitivos e hermafroditas. Eles desenvolverão o princípio volitivo e o corpo átmico dos seres humanos.
A sétima ronda planetária é a final, que ocorrerá no planeta Saturno, onde a sétima raça-raiz se manifestará como seres divinos e virginais. Eles completarão o ciclo de evolução humana e retornarão à fonte original.
Apenas a nível informativo, é importante destacar que há outras versões sobre o assunto, tais como a visão gnóstica na qual há diferentes interpretações sobre os planetas de origem das raças-raiz, havendo mudanças na ordem adotada pela teosofia, a antroposofia, a Rosacruz e o vedantismo, sendo, por exemplo, considerada pelos gnósticos, a primeira ronda planetária como a “saturnina” ou seja, realizada em Saturno, o que de certa forma também faz sentido, posto que o propósito final do Mahamavantara é a volta ao início (Atman). Há também, neste conceito a inversão de outros planetas, sendo pela ordem:
1) – Raça de Saturno: Refere-se à primeira raça raiz, associada à influência do planeta Saturno e simbolizando um estado primordial da humanidade.
2) – Raça Solar: Representa a segunda raça raiz, relacionada ao sol e à expansão do desenvolvimento humano.
3) – Raça Lunar: Designa a terceira raça raiz, associada à influência da lua e à incorporação do corpo emocional humano.
4) – Raça de Mercúrio: Refere-se à quarta raça raiz, ligada ao planeta Mercúrio e ao desenvolvimento do intelecto e da comunicação.
5) – Raça de Vênus: Representa a quinta raça raiz, relacionada ao planeta Vênus e ao desenvolvimento do amor e da harmonia.
6) – Raça de Marte: Designa a sexta raça raiz, associada ao planeta Marte e à manifestação do poder e da vontade.
7) – Raça Júpiteriana ou de Júpiter: Refere-se à sétima raça raiz, ligada ao planeta Júpiter e simbolizando um estado futuro da humanidade caracterizado por uma consciência expandida e uma espiritualidade mais elevada.
A visão gnóstica é apenas mais uma interpretação do mesmo tema, lembrando que estas e outras diferenças também se fazem presente em outras religiões que tratam sobre o tema.
DIDÁTICA DAS RONDAS PLANETÁRIAS COMPARADAS A LIVROS DE UMA BIBLIOTECA
A relação entre as raças-raiz e as rondas planetárias é que cada ronda planetária é um ciclo de evolução que envolve sete raças-raiz em diferentes planetas.
Cada ronda planetária representa um estágio de manifestação e dissolução do universo, que passa por sete rondas planetárias em cada cadeia planetária.
Cada cadeia planetária é um conjunto de sete planetas que se sucedem em ordem evolutiva.
Cada esquema planetário é um conjunto de sete cadeias planetárias que se relacionam com um dos dez esquemas planetários do nosso sistema solar.
O assunto das rondas planetárias é complexo e difícil de compreender para muitas pessoas, deste modo tentaremos ser mais didáticos ao explicar sobre elas.
Imagine que o universo é como um grande livro, que tem muitas páginas, capítulos e volumes.
Cada página é como um planeta, que tem uma história e um propósito.
Cada capítulo é como uma ronda planetária, que é um ciclo de evolução que envolve sete páginas ou planetas.
Cada volume é como uma cadeia planetária, que é um conjunto de sete capítulos ou rondas planetárias.
Cada livro é como um esquema planetário, que é um conjunto de sete volumes ou cadeias planetárias.
E cada biblioteca é como um sistema solar, que tem dez livros ou esquemas planetários.
Agora, imagine que você é um personagem desse livro, que tem uma alma e uma personalidade.
Você nasce em uma página ou planeta, onde você vive e aprende algumas lições.
Quando você morre, você passa para outra página ou planeta, onde você continua a sua jornada.
Você faz isso sete vezes, até completar um capítulo ou ronda planetária.
Depois, você descansa por um tempo, até começar outro capítulo ou ronda planetária, em outro nível de existência. Você faz isso sete vezes, até completar um volume ou cadeia planetária. Depois, você descansa por mais tempo, até começar outro volume ou cadeia planetária, em outro nível de existência. Você faz isso sete vezes, até completar um livro ou esquema planetário. Depois, você descansa por muito tempo, até começar outro livro ou esquema planetário, em outro nível de existência. Você faz isso dez vezes, até completar uma biblioteca ou sistema solar.
Esse é o processo de evolução humana segundo a teosofia, que se baseia na obra de Helena Blavatsky.
Ela acreditava que o universo passava por ciclos de manifestação e dissolução, chamados de rondas planetárias.
Cada ronda planetária representa um estágio de manifestação e dissolução do universo, que passa por sete rondas planetárias em cada cadeia planetária.
Cada cadeia planetária é um conjunto de sete planetas que se sucedem em ordem evolutiva. Cada esquema planetário é um conjunto de sete cadeias planetárias que se relacionam com um dos dez esquemas planetários do nosso sistema solar.
Autor do texto: Perseu Erick Oliveira Moraes Cardoso.