A Igreja recomenda que se reze sem prestar atenção nas palavras, mas na história de cada mistério e no seu significado na nossa vida.[7] Essa prática é chamada de Oração Contemplativa
A meditação de cada Mistério acha sua base na Sagrada Escritura: é opcional a leitura do trecho que narra o que será contemplado, ou a divisão de um ou mais trechos em dez pedaços, de forma que seja lido parte a parte antes de cada Ave Maria. Em sua maioria, as leituras são dos Evangelhos, mas também há trechos do Antigo Testamento que ajudam a compreender o que se passa na ocasião, ou comentários doutrinários sobre elas contidos nas Epístolas. Os dois últimos Mistérios (Assunção e Coroação) não são do Evangelho, mas profetizados: por exemplo, no Livro de Judite, uma mulher salva o povo; nos Salmos, há freqüentes elogios a uma figura feminina, presentes também no Cântico dos Cânticos; e, definitivamente, no Apocalipse, um sinal nos céus apresenta uma mulher como Rainha, que a Tradição Apostólica, desde os primeiros tempos, afirmou tratar-se de Maria.
Os mistérios do rosário
O Rosário da Virgem Maria era originalmente composto por três séries de Mistérios que juntos somavam 150 Ave Marias para meditar a vida (Gozosos), morte (Dolorosos) e glória (Gloriosos) de Jesus Cristo. Em outubro de 2002, na carta apostólica Rosarium Virginis Mariae, o Papa João Paulo II adicionou mais um conjunto de 5 mistérios para contemplar o Ministério de Jesus (Mistérios Luminosos). O objetivo do pontífice era que o Rosário fosse cada vez mais considerado um “compêndio do Evangelho”.[8] Por terem sido adicionados depois, os Mistérios Luminosos são opcionais.
Deve ser rezado na ordem Gozosos -> Luminosos -> Dolorosos -> Gloriosos. Se o fiel optar por rezar em vez do Rosário diário o Terço, ele deve se atentar ao conjunto de Mistérios específico do dia da recitação do Rosário, são eles:
1) – Mistérios Gozosos
- A Anunciação do Arcanjo São Gabriel à Nossa Senhora. Fruto do Mistério: Profunda humildade.[4] (Lucas 1,26-38)
- A Visita da Virgem Maria à sua prima Santa Isabel. Fruto do Mistério: Caridade para com o próximo.[4] (Lucas 1,39-56)
- O Nascimento do nosso Senhor Jesus Cristo na gruta em Belém. Fruto do Mistério: Desapego aos bens terrenos, à riqueza e um amor à pobreza.[4] (Lucas 2,1-20)
- A apresentação de Jesus ao Templo e a purificação da Virgem Maria. Fruto do Mistério: Uma pureza de alma e de corpo.[4] (Lucas 2,22-40)
- A perda e o reencontro do Menino Jesus no templo entre os doutores. Fruto do Mistério: A verdadeira sabedoria.[4] (Lucas 2,41-52)
2) – Mistérios Luminosos (Rito opcional sugerido pelo Papa São João Paulo II em 16 de Outubro de 2002).
- O Batismo de Jesus no rio Jordão. Fruto do mistério: A graça de ser cheio do Espírito Santo. (Mateus 3,13-17)
- O milagre nas Bodas de Caná. Fruto do mistério: Que nunca nos falte a graça de Deus em nossas famílias. (João 2,1-12)
- Proclamação de Jesus sobre o Reino de Deus. Fruto do mistério: A graça de viver e anunciar o Evangelho. (Mateus 4,12-17)
- A Transfiguração de Jesus. Fruto do mistério: A graça de sermos configurados à Divina Humanidade de Jesus. (Mateus 17,1-9)
- A Instituição da Eucaristia. Fruto do mistério: A graça de termos sempre um coração adorador. (Lucas 22,7-20; João 13,1)
Mistérios Dolorosos
- A Agonia do Nosso Senhor Jesus Cristo no Horto das Oliveiras. Fruto do Mistério: Contrição dos pecados.[4] (Mateus 26,36-46)
- A Flagelação de Nosso Senhor Jesus Cristo à coluna. Fruto do Mistério: Mortificação dos nossos sentidos.[4] (Marcos 15, 1-15)
- Jesus que é coroado de espinhos. Fruto do Mistério: O Desprezo do mundo.[4] (Mateus 27,27-31)
- O Nosso Senhor Jesus Cristo carregando a cruz até o calvário. Fruto do Mistério: Paciência nas nossas cruzes.[4] (Lucas 23,26-32)
- A Crucificação e morte do Nosso Senhor Jesus Cristo. Fruto do Mistério: A conversão dos pecadores, a perseverança dos justos e o alívio das almas do Purgatório.[4] (Lucas 23,33-47)
Mistérios Gloriosos
- A Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Fruto do Mistério: O amor de Deus e o fervor no Vosso serviço.[4] (João 20,1-18)
- A Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo aos céus. Fruto do Mistério: Um ardente desejo do Céu, nossa futura e eterna pátria.[4] (Atos 1,4-11)
- A Descida do Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os apóstolos. Fruto do Mistério: A descida do Espírito Santo em nossas almas.[4] (Atos 2,1-13)
- A Assunção da Virgem Santíssima aos céus. Fruto do Mistério: Uma terna devoção à tão boa Mãe.[4] (Salmo 45(44),10-18)
- A Coroação de Nossa Senhora como rainha do Céu e da Terra. Fruto do Mistério: Perseverança na graça e a Coroa da Glória.[4] (Apocalipse 12,1-5)
*Observação: para rezar o Rosário completo, devem ser contemplados os quatro mistérios acima, apesar dos Luminosos serem opcionais.
DIAS DE ORAÇÃO | RESPECTIVO MISTÉRIO
Domingos: Advento e Natal: Mistérios gozosos
Quaresma e Domingo de Ramos: Mistérios dolorosos
Tempo Comum, Páscoa ao Domingo de Cristo Rei: Mistérios gloriosos
Segundas-feiras – Os Mistérios gozosos
Terças-feiras – Os Mistérios dolorosos
Quartas-feiras – Os Mistérios gloriosos
Quintas-feiras – Os Mistérios luminosos
Sextas-feiras – Os Mistérios dolorosos
Sábados – Os Mistérios gozosos
Forma de rezar o Santo Rosário de Nossa Senhora
O Terço (no sentido de objeto usado para contar as orações) é formado por contas grandes e pequenas. Após cada dezena de contas pequenas, há uma grande, e assim, cinco dezenas. O fio no qual ficam as contas dá uma volta, ficando a quinta junto à primeira dezena, preparando para iniciar um novo terço. Antes da contemplação dos Mistérios, há uma parte inicial, constituída por duas contas grandes, três pequenas e um crucifixo. Existem algumas variações nas formas de se rezar o Terço, de acordo com as devoções religiosas, mas em geral se faz da forma seguinte:
Formas de rezar o Rosário
O Terço (no sentido de objeto usado para contar as orações) é formado por contas grandes e pequenas. Após cada dezena de contas pequenas, há uma grande, e assim, cinco dezenas. O fio no qual ficam as contas dá uma volta, ficando a quinta junto à primeira dezena, preparando para iniciar um novo terço. Antes da contemplação dos Mistérios, há uma parte inicial, constituída por duas contas grandes, três pequenas e um crucifixo. Existem algumas variações nas formas de se rezar o Terço, de acordo com as devoções religiosas, mas em geral se faz da forma seguinte:
Representação de um terço do Rosário
Antes, porém, do início da oração, convém fazer a Invocação do Espírito Santo e o Oferecimento do Terço/Rosário
Segurando a cruz, se faz o “Sinal da Cruz” e reza-se o Credo.
Reza-se um Pai Nosso e três Ave Marias, seguido do Glória. Depois do Glória podem ser acrescentadas algumas jaculatórias.
Nas contas grandes, começam-se os Mistérios com o Pai Nosso.
Nas contas pequenas, rezam-se as Ave Marias.
Ao final de cada dezena reza-se “o Glória”. Podem-se, também, acrescentar jaculatórias entre o Glória e o Pai Nosso. Costuma-se rezar a “Ó meu Jesus” (a pedido de Nossa Senhora de Fátima) e pedir a intercessão do/a(s) santo/a(s), Nossa Senhora e/ou pessoa da Santíssima Trindade a que o Terço se dedica, por exemplo: Divino Espírito Santo, tende piedade de nós; Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós; Santo Expedito, rogai por nós. Nos Terços pelas almas do Purgatório, reza-se também o Requiem.
Por fim, reza-se a Salve Rainha, antes da qual é facultativa a Infinitas graças vos damos. Estas orações são acrescentadas de acordo com costumes e devoções locais, mas não fazem parte integrante do Rosário.
Enquanto se faz a oração vocal medita-se ou contempla-se a passagem do respectivo Mistério. Após o Terço, costuma-se rezar também a Ladainha de Nossa Senhora, que é uma seqüência de invocações à Nossa Senhora.
O Rosário ou Terço deve ser rezado reverentemente, ou seja, rezá-lo, o quanto for possível, ajoelhado, com as mãos juntas com o Rosário entre elas. Porém, se as pessoas estiverem doentes, elas podem certamente rezá-lo na cama ou se estiverem de viagem pode-se rezá-lo de pé e se uma enfermidade impede que se reze de joelhos, pode-se rezá-lo assentado ou em pé.[9]
Ele pode até ser rezado no trabalho, se as tarefas diárias os obriga a ficar no trabalho, porque o trabalho das mãos não é de forma alguma obstáculo à oração vocal. Certamente que nossa alma, por ter suas limitações, quando estamos concentrados em um trabalho manual, não podemos dar nossa atenção total às coisas do espírito, tais como na oração.[9] Mas quando não se pode fazer de outra maneira, este tipo de oração tem seu valor aos olhos de Nossa Senhora e ela recompensará nossa boa vontade, mais do que às ações externas.[9]