O Chakra Surya (Solar) e o Significado de Suas 8 Pétalas.
Belíssimo fragmento de texto retirado do sítio da web da Lusophia, chamado de “Patanjali e a “Luz do Ocidente”… por Vitor Manuel Adrião“, que fornece informações mais detalhadas sobre as oito pétalas do vibhuti chakra (chakra surya ou do sol), visto que pouco matérial foi publicado com este tema. Recomendo a visita à página para informações adicionais. O site inteiro possui informações muito valiosas e pertinentes à luz da teurgia.

“As oito “pétalas”, raios ou linhas do Vibhuti estão ordenadas da forma seguinte (com os seus nomes tradicionais contidos no Gheranda-Samnhita , obra clássica da tradição hindu, além de levarem outros nomes ocultos, aghartinos, revelados pelo Insigne Mestre JHS, Prof. Henrique José de Souza) e siga os seguintes poderes transcendentais do Adepto Perfeito:
1. LAGHIMA (LAYA, segundo JHS) – O poder de levitar, através da anulação da inércia e consequente eliminação da força gravitacional. Este poder desesperado através da vibração da 1.ª “pétala”, vitória a inércia, que aqui toma o sentido de: inércia que nos prende ao passado e que ao ser destruída, nos liberta, permitindo-nos progredir de forma efectiva.
2. MANANA (MAHIMÃ, segundo JHS) – O “poder bioplástico” de mudar de estatura e aparecer para qualquer forma que você desejar. Aqui também com o sentido de transformação ao nível do caráter e da natureza interna, ou seja, da Personalidade pela Individualidade.
3. VASHUTA (VASHITA, segundo JHS) – O poder de criar ou de destruir mayas-vadas , ou ser, ilusões e fascínios afetando as pessoas. É também a capacidade, mesmo em forma reduzida, de manipular a Energia Eletromagnética Cósmica para que chamamos Kundalini . Os Adeptos Reais podem utilizar este Sidhi para ressuscitar um indivíduo que morreu há algumas horas, ou seja, com o duplo etérico intacto ainda ligado ao corpo físico inerte.
4. ANIMAN (HANAMAN, segundo JHS) – O poder de focar a Consciência em qualquer ponto ou região desejada, esteja próximo ou longínqua. Quando o Yogui alcança o estado de Dhâranâ , coloca imediatamente em atividade este 4.º Sidhi (“faculdade, dom ou poder psicomental”… ativado pelo próprio Espírito agitado sobre a Alma e o Corpo).
5. PRAPTI (PARAMAN, segundo JHS) – O poder de transferir a Consciência para qualquer ponto do Universo. Corresponde também ao estado de Samadhi , este que é o estado de “Êxtase Supremo” ou comunhão absoluta com o Eterno, no qual o Yogui pode afirmar com toda a legitimidade: “Eu e o Pai somos Um”!
6. PRAKAMYA (PARANTAPA, segundo JHS) – O poder absoluto da Vontade, ou melhor, da Supra-Vontade como Vontade Superior ou Divina, a que distingue o livre do ditador, seja este grande ou pequeno, pois este Sidhi caracteriza a natureza interior e exterior de todo e qualquer Iniciado verdadeiro que fez a Suprema Renúncia.
7. ISHITA (SHAMA, segundo JHS) – O poder de alcançar a supremacia sobre todos os seres manifestados. Diz-nos o nosso Venerável Mestre JHS que o poder deste 7.º Sidhi refere-se, na realidade, à supremacia de poder decidir, de forma totalmente independente, o que se deseja ser, possuindo o nome oculto de Shama .
8. KAMA-VASHAYTA (SHUHAN, segundo JHS) – O poder de dominar o desejo, destruindo-o. É também a capacidade de ficar indiferente a todo e qualquer emoção, seja ela de alegria ou de tristeza. Comportando o nome oculto Shuhan , segundo o Professor HJS, este Sidhi transposta o Yogui para o estado de Consciência mais elevado possível, o qual antecede o grande mergulho no Absoluto, só ao alcance dos Grandes Iluminados, dos Seres Perfeitos da natureza dum Krishna, dum Budha, dum Cristo, dum JHS…
Transcrevemos agora parte extensa mas preciosa de uma carta privada de Roberto Lucíola para nós, remetida de São Lourenço (MG) em 15.07.2002:
Estou trabalhando atualmente nesse tema. Ou seja, como entrar em contato com o nosso Mestre Interno, ou o nosso Eu Superior. Acredito que somente com a prática constante de Dhyana , ou Meditação Iniciativa , é que lograremos essa intenção.
Duas expressões da Divindade encarnadas na Terra em tempos remotos, nos legaram preciosos ensinamentos de como nos harmonizar com o nosso Mestre Interno. Foram eles: Patanjali e Shankaracharya . Patanjali nos deixou os Oito Passos do seu Yoga, que nenhum estudante sério deveria ignorar e deixar de praticar, se, realmente, deseja se libertar do mundo das ilusões.
Há uma norma que todos os Yoguis de real valor nunca deixam de seguir, que diz: O refúgio do Yogui reside em Dhyana . Na verdade, a Meditação Iniciativa é uma arma poderosa que nos permite enfrentar todos os obstáculos que se antecipam em nosso caminho. Acredito que saiba tão bem ou mais do que eu quais são os Oito Passos da Meditação Iniciativa . Mesmo assim, peço permissão para sintetizar os mesmos:
Yama : Inofensividade – Veracidade – Honestidade – Continência – Desapego.
Niyama : Pureza interna e externa – Serenidade e contentamento – Aspiração ardente ou Amor à Divindade – Boa leitura para se proteger o nosso Santuário Interno do bombardeio das informações externas – Amor e confiança em nosso Mestre Interno.
Asana : Postura do Corpo para o mesmo obedecer ao comando da nossa vontade e não prejudicar a Meditação. O Corpo deve ser educado no sentido de ficar em estado firme, contudo, sem qualquer tensão nervosa ou muscular. Este Passo é para assumirmos o controle do Corpo físico, como primeiro passo da nossa soberania sobre os nossos veículos.
Pranayama : É uma Respiração Iniciática que difere da respiração comum, pois exige do praticante plena atenção ao entrar de Prana pelas narinas. Patanjali ensina como fazer circular essa Energia Vital pelos oito canais principais do nosso Corpo para desobstruirmos todos os nadhis, a fim de que tenhamos saúde plena como primeiro passo para a Imortalidade.
Pratyhara : Consiste em dominar os cinco sentidos, não permitindo que qualquer coisa que venha de fora através deles perturbe o nosso mundo interno durante a Meditação.
Dhâranâ : Concentração num objeto interno, com abstração de tudo o mais. Para tanto devemos nos concentrar no centro da cabeça onde se encontra a glândula pineal, que deve ser vista como um Sol luminoso no interior da nossa cabeça.
Dhyana : É a Meditação que pode ser realizada visualizando-se um Lago azul sobre o que se estende uma Ponte dourada . Nesta Ponte, o nosso Mestre costuma apresentar-se para dialogar conhecimento. Cada pessoa tem a sua experiência, o que é algo muito pessoal.
Samadhi : É o aprofundamento de Dhyana . Estes passos devem ser dados simultaneamente, como se fosse um prolongamento do próximo, para não haver corte na linha de pensamento. Tudo deve ser sincronizado.
Este Yoga da Libertação deve ser praticado todos os dias. Ela nos livrará de todas as contrariedades. Não mais procuraremos fora o que está dentro de nós. Esta santa comunhão com o nosso Mestre nos livrará de qualquer dependência do mundo exterior. Trata-se de um processo de Libertação que somente a nossa Mônada pode proporcionar.
Um dos principais atributos adquiridos pela sua prática é a Serenidade . Trata-se de um estado que todos os Iniciados não podem abrir mão. Pois sem o mesmo o nosso universo interior se transforma num caos ou que impede que os mais altos graus da Consciência se manifestem em nossa Mente. A Mente é um poderoso instrumento que se serve ao nosso Eu Superior para se manifestar nos níveis de personalidade, mas, se não for dominada, ela assumirá o controle do nosso mundo interno. É por isso que muitas pessoas altamente cultas e inteligentes cuidam da Sabedoria. Para que não sejamos mais uma vítima da Mente é necessário o seu controle, coisa que somente é possível graças à Meditação Inicial.
Dizem os Iniciados que a melhor maneira de se dominar a Mente é observá-la com os olhos do Espírito. Para tanto, deve-se procurar aquilo que os taoístas chamam de encontrar o Vazio que não é Vazio . Para se lograr esse fenômeno é coisa simples, depende de que todas as vezes que formos meditar procurando o Vazio, ou seja: não pensar em nada , dar uma “branca” mental. Porém, como a mente é deseducada e dinâmica, ela procura perturbar a nossa meditação com ondas de pensamentos. Não se deve repelir os pensamentos que afloram, mas observá-los, e notaremos que os mesmos se desvanecerão como uma nuvem. Nesse caso, já é o Observador Silencioso que está presente, demonstrando o seu poder sobre a outra mente toda-poderosa. Esse domínio sobre a Mente fortalecerá o modo o poder da vontade que é uma espada empunhada por todos os verdadeiros Guerreiros do Espírito.
À medida que se avança na Senda nós vamos entender o que se esconde atrás das palavras, ou seja, aprendendo a ver com os olhos do Espírito.
Meditação, Alquimia, Libertação, Imortalidade são sinônimos que se completam. Os Oito Passos , quando praticados, se sintetizam no Nono Passo , que é o próprio praticante . Daí se dizer que o Arcano Nove é o Adepto ou o Homem Perfeito.
O homem que não medita não tem o controle de si mesmo, não vive no presente, mas vive no passado ou no futuro. Está distante em seus pensamentos, com seus problemas e preocupações imaginárias. Frequentemente se perde nas lembranças do passado. Se não meditarmos seremos criaturas do passado, produto do acúmulo de emoções e experiências do que não mais existe. Somente com a prática constante da Meditação é que conseguiremos a paralisação dos pensamentos residuais que enchem nossas mentes. Devemos suster as ondas mentais dispersivas e nos concentrar no presente. Porque é no presente que se forja o futuro, segundo ensina a Sabedoria Iniciativa.
A vida verdadeira é o momento presente, muito embora ela vá se tornar uma maya quando, também, passar. Daí porque o Adepto não se apega a nada neste mundo. Quando, através da Meditação Iniciativa, nos conscientizarmos de que a realidade é o nosso Eu Superior, que sempre existe e nos acompanha eternamente desde quando éramos um simples mineral, daremos um passo decisivo em termos de Libertação. Ó Excelso Senhor Budha falando sobre o assunto, assim se expressou em preciosos versos:
«Não corras atrás do passado,
Não busque o futuro.
O passado, passou,
O futuro, ainda não chegou.
Vê, claramente, diante de ti o Agora.
Quando ou tiveres encontrado,
Viverá o estado mental tranquilo e imperturbável.»
Certa vez perguntaram a Gautama, o Buda, por que seus discípulos, que levavam uma existência simples e calma, eram tão radiantes? O Mestre então respondeu:
«Eles não se arrependem do passado, não se preocupam com o futuro, vivem no presente. Por isso são felizes. Preocupando-se com o futuro e lamentando-se com o passado, os tolos ficam ressequidos, iguais aos juncos verdes cortados ao Sol.»
Os homens comuns vivem na ignorância das Leis Divinas, por isso, vivem dominados pelos seus apegos, ressentimentos, má vontade, preconceitos, ódio, orgulho, queixas e lamentações. Em suma, são uns infelizes que vivem nas artes da personalidade que é o falso “eu”, que tem de morrer para dar nascimento a algo permanente que é o Eu Superior. O encontro com o Eu, ou o Mestre Interno, é um passo importante no estreito Caminho da Iniciação. Portanto, todo o esforço é pouco em se lograr tão alto galardão.
Como dissemos atrás, o sistema de Raja-Yoga codificado por Patanjali vem a ser exercícios básicos aos científicos das diversas correntes religiosas e tradicionais tanto do Oriente como do Ocidente, adaptados aos métodos das pertinentes, sem dúvida, mas cuja fonte é essa mesma coincidência inspiradara de místicos e pensadores que o mundo conheceu e conhece.
Assim, não deixa de estar em conformidade à nossa MISSÃO DOS SETE RAIOS DE LUZ ou MISSÃO E esse Yoga de Patanjali apresenta nos principais Institutos representativos de cada um dos sete Raios de Luz Espirituais promanados do Logos Único, como seja:
1.º RAIO DA VONTADE OU PODER
Expressão superior: JÚPITER
Expressão inferior: SOL
Escola: Alquimia
Religião: Brahmanismo
Expressão superior: Iluminação Espiritual ou Poder Divino
Expressão inferior: Materiais de Química e Física
2.º RAIO DE AMOR-SABEDORIA
Expressão superior: MERCÚRIO
Expressão inferior: LUA
Escola: Hermetismo
Religião: Budismo
Expressão superior: Regras de Iniciação da Hierarquia Espiritual
Expressão inferior: Regras de Conduta da Hierarquia Humana
3.º RAIO DE ATIVIDADE INTELIGENTE
Expressão superior: VÉNUS
Expressão inferior: MARTE
Escola: Cabala
Religião: Judaísmo
Expressão superior: Política e Ética Sinárquica
Expressão inferior: Meios de comunicação e interação fiduciária
4.º RAIO DA ARTE E HARMONIA
Expressão superior: SATURNO
Expressão inferior: MERCÚRIO
Escola: Pitagórica
Religião: Gnosticismo
Expressão superior: Mecânica e Harmonia Universal
Expressão inferior: Arquitetura e Arte
5.º RAIO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Expressão superior: MARTE
Expressão inferior: JÚPITER
Escola: Rosacruz
Religião: Cristianismo
Expressão superior: Ciência Metafísica e Física
Expressão inferior: Linguística e Letras
6.º RAIO DO DEVOCIONALISMO RESUMO
Expressão superior: LUA
Expressão inferior: VÉNUS
Escola: Sufi
Religião: Islamismo
Expressão superior: Adoração ao Todo no Tudo
Expressão inferior: Religiões e credos devocionais
7.º RAIO DA ORDEM CERIMONIAL
Expressão superior: SOL
Expressão inferior: SATURNO
Escola: Maçonaria
Religião: Iluminismo
Expressão superior: Teurgia e Taumaturgia
Expressão inferior: Práticas e focos animistas
Pois bem, cada religião constitui-se dum GRUPO EXOTÉRICO HUMANO que acaba de ser influenciado, direta ou indiretamente, pela escola afim apresenta dum GRUPO ESOTÉRICO HUMANO que, por sua vez, é uma expressão manifestada do respectivo GRUPO EGÓICO HUMANO”.
Créditos de texto, conteúdo e imagem: sítio da web Lusophia.
IMPORTANTE: O objetivo da reprodução de tal obra restringe-se apenas para fins educacionais e filantropos, assim como a difusão da informação, não abarcando qualquer objetivo financeiro ou crédito intelectual, portanto o artigo foi publicado em sua integridade, como o autor o propôs.
Sobre o Autor:
Vítor Manuel Adrião, renomado escritor esotérico português, é consultor de investigação filosófica e histórica, formado em História e Filosofia pela Faculdade de Letras de Lisboa, tendo feito especialização na área medieval pela Universidade de Coimbra. Presidente-Fundador da Comunidade Teúrgica Portuguesa e Director da Revista de Estudos Teúrgicos Pax, Adrião é profundo conhecedor da História Medieval do Sagrado, sendo conferencista de diversos temas relacionados ao esoterismo, às religiões oficiais, aos mitos e tradições portuguesas, às Ordens de Kurat (em Sintra) e do Santo Graal, das quais também faz parte.